Verdade
(…) E abre outra vez as cortinas, com firmeza e um certo asco de se queimar novamente ao sol, que sem amores não há pele que sustente uma chegada do verão. Um suor solitário que lhe escorria ao menor sinal de ação. E que Maria seria? Das mais tortas, um tanto entorpecente e por demais calada. Acompanhava o ritmo de fora com a mesma insensatez que permitia acelerar outra vez o ritmo de dentro. Displicente ao passado, rasgava toda folha que, por algum infortúnio, lhe escorregasse por entre os dedos. Suava outra vez, resignada. Assumiu o próprio tato descontrolado e fechou outra vez as cortinas. O silêncio é a única verdade fiel. (…)
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