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Foto do escritorIsabella de Andrade

Teatro da Vertigem lança livro e comemora 25 anos de arte e inovação

A editora Cobogó lançou o livro de um dos grupos de teatro mais inventivos do país. A obra, chamada Teatro da Vertigem, leva o nome da trupe que nasce a partir da vontade de experimentar as múltiplas possibilidades da dramaturgia teatral. A publicação reúne, simultaneamente, ensaios, textos críticos e fotografias que mostram as encenações e a importante pesquisa do grupo que mudou a forma como o teatro se relaciona com o espaço urbano. O livro, lançado na sede do Vertigem, em São Paulo, comemora 25 anos de estrada do  premiado grupo. Por fim, os espaços não convencionais se destacam como característica marcante dos artistas.

O lançamento do livro eterniza, enfim, a memória criativa de um grupo que se propõe a inovar e dialogar com o seu próprio tempo. O nome do Teatro da Vertigem remete aos lugares de risco, descoberta, criação, aventura e desequilíbrio em que os espetáculos se colocam. Logo depois, a cidade é ponto central de suas criações cênicas. A partir da experiência urbana, o grupo descobre um fazer teatral rico e em constante diálogo com os habitantes de determinado espaço.

Foto: Claudia Calabi


Por fim, a arte coloca-se em estado vivo e interfere na cidade enquanto transforma o caos urbano em palco criativo. Algumas características do Teatro da Vertigem são o processo colaborativo e a liberdade que o público tem para escolher o seu ponto de vista durante a apresentação. A obra permite olhar para a trajetória do Teatro da Vertigem e, simultaneamente, para os contextos sociais políticos em que cada trabalho se inseriu. Enfim uma possibilidade para ajudar a refletir sobre o presente e o que se deseja para o futuro.

Múltiplas possibilidades criativas

Antonio Duran, um dos integrantes do Teatro da Vertigem, destaca que são os próprios espaços da cidade que os provocam a descobri-los. A investigação de cada contexto social e político surpreende o grupo com a diversidade de seus significados e memórias. Por fim, cada espaço testemunha o que sua própria sociedade tem feito dele. Lugares que fazem a cidade virar um palco e uma sala de ensaios, na prática, um campo de experimentação artística.

“Enfim, esse encontro nos impacta. Invariavelmente, dessa pluralidade simbólica, é possível expor, inclusive, as razões da própria invisibilidade. Por si só a pesquisa artística que trabalha com a especificidade do lugar, também denominada site specific, é significativa, pois, de algum modo, acaba por mostrar parte da história particular e, ao mesmo tempo, social desses espaços”, destaca o ator.

Cena do espetáculo BR3


O frescor da presença viva do público, que compartilha do teatro no meio urbano, constrói um tipo de jogo entre a ficção e a experiência corporal no espaço comunal da cidade. Para Duran, essa experiência simultaneamente, injeta sensibilidade em um corpo social. Enfim, no sentido de poder desarranjar um estado de anestesia. Tanto nos espaços inertes da cidade quanto nos corpos individuais.

A relação com Brasília e o público atual

A capital foi uma das cidades escolhidas para o inovador espetáculo BR3. A peça teve como base Brasília, Brasiléia (no estado do Acre) e Brasilândia (bairro na periferia da cidade de São Paulo). Como pano-de-fundo, os problemas socioeconômicos do Brasil, como desigualdade social, tráfico de drogas, além de questões como o misticismo. Eliana Monteiro, integrante do Teatro da Vertigem, conta que a criação surgiu da vontade de pesquisar a identidade nacional. Tês cidades com o mesmo radical em seu nome e características tão diversas.

Para Antonio Duran, o grupo tenta materializar artisticamente o que foi vivenciado no decorrer de cada trabalho de pesquisa. O que descobriram, o que lhes espantaram, o que criou indignação ou comoção.


Foto: Flavio Morbach. Cena do espetáculo: O Filho

“Cada imersão em um espaço, ou em um tema, faz com que nosso olhar sobre o que investigamos se transforme. Torna-se mais crítico, e isso seria extraordinário se acontecesse, simultaneamente, com o público. Diria que buscamos tanto provocar o pensamento quanto mobilizar afetos e paixões”, destaca o ator.

O livro Teatro da Vertigem

A obra surgem como possibilidade de instigar uma maior curiosidade em explorar toda produção artística. Todo teatro, feitos na cidade. Por fim, a percepção sobre a íntima relação entre a arte e a sociedade no tempo histórico. O livro oferece  também uma ocasião favorável para conhecer melhor os trabalhos do grupo. Enfim, por meio de diferentes pontos de vista.

Enfim, a  publicação tem organização de Silvia Fernandes e várias seções. Uma delas de entrevista com os integrantes do grupo feita por Beth Néspoli, Kil Abreu, Sílvia Fernandes, Valmir Santos e Welington Andrade. Nela os integrantes discorrem sobre os processos de criação. Além da relação com o público, a atuação política e os projetos em desenvolvimento. Em outra seção, há os ensaios dos criadores que fazem ou fizeram parte do grupo. Atônio Araújo, Guilherme Bonfanti, Eliana Monteiro, Miriam Rinaldi, Laércio Resende e Antonio Duran. São mais de 300 páginas e 115 imagens do espetáculos.

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