top of page
Foto do escritorIsabella de Andrade

Quinta, reencontrei Quintana

“Que bom morrer de amor e continuar vivendo”. Repasso as páginas de Quintana e algumas tantas de Drummond, Andrade, Buarque, Veríssimo, Amado e, outa vez, Quintana. Que bom morrer de amor e continuar vivendo. O quintal explode do lado de fora e antes que tudo nos pareça imbecil, impróprio, impotente e inacreditavelmente inumano, nos agarraremos outra vez a algumas tantas páginas que pareçam se derramar de amor. É o que nos resta. Rasgaremos os papeis, quebraremos os antigos vidros decorados com alguns pedaços coloridos de sonhos. Deixaremos que nos levem, por um tempo, todas as perguntas e suposições, tomaremos alguma bebida forte e nos abriremos ao espaço do nada. Soprará, em algum instante, um grande e estufado canto cheio de ar e permitiremos que nos faça ser o próprio vazio. Com os pés um pouco menos metidos na terra, fecharemos os olhos, o que será que tem lá em cima? Folhearemos outras páginas, que bom morrer de amor e continuar vivendo.

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Tão bom

Era só mais um tantinho de nada, pensativo e perdido em um instante qualquer. É isso o pensamento sem crença, sem sonho, um tantinho de...

Há ainda

Existências sentadas, quase conformadas. Haveria de ser a mesmice a eterna solução? Não. Há ainda os olhos que se encontram e a vontade...

Pelos olhos de ver o mar

Havia o tempo da descoberta, da reinvenção, do riso e de outro despertar. A gente tenta fugir do tempo, impassível, constante, fiel, e...

Comments


bottom of page