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Pés empoeirados

  • Foto do escritor: Isabella de Andrade
    Isabella de Andrade
  • 26 de out. de 2015
  • 1 min de leitura

Encarcerada por sorrisos, entrecortada por insistência em sonhos. Maria, como tantas, impulsionava o próprio passo a caminhar descalço por alguns dias em vão. O cabelo preso, a perna afobada, o olho doído e a boca um tanto rachada. Passa logo um batom, do bem forte, uma sensação de cor espalhada pelo rosto suado de tanto apressar o passo. Pois então, corre, que há ainda essa mania de levar as horas como uma disputa inadiável qualquer. Apertava o olho todo dia, se lhe espantasse o sol, o vento, a poeira, o tempo já fechado ou qualquer outra possibilidade que ao céu ali cabia. Empurrava outra vez o passo, chutava fora uns restos de coisa seca, e caminhava depressa, que calçada quebrada nunca foi de fazer tropeçarem os pés empoeirados de Maria.

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