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Foto do escritorIsabella de Andrade

Pirotecnias

Maria, uma delas, acreditava que amor mesmo era poder amar sem pirotecnias. Teve certeza que era certo mesmo naquele dia, deitada ao sol sem um centavo no bolso, a canga no chão, o outro a lhe sorrir umas bobagens. Batia um vento fraquinho e passava gente vez ou outra, logo em cima um coqueiro quase alto – ainda sem coco – fazia uma sobra certeira em um bom pedaço de chão. Surgia nuvem diferente a toda, o barulho da água se escutava bem pouquinho, a conversa era solta e o tempo ainda mais. O cabelo já bagunçado, o rosto suado, maquiagem por fazer e a alma toda nua, sabia-se linda. O assunto saía, silenciava, dançava outra música e outra vez retornava, ninguém mais haveria de saber. O olho ainda aberto, por vezes semicerrado, esquecia o que havia ao redor. Maria, jogada ao sol, apenas sorria. Não é assim que haveria de ser?

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