Perdidos no tempo
A água era de um esverdeado transparente, daqueles que se confundem com o mar. Frio nas pernas, a correnteza gelada fazia estremecer todos os pontos da pele, enquanto torcia para que o céu se abrisse outra vez em sol. Deitada entre as ondas fracas, com o ouvido submerso e o som de água quando bate suavemente em algum ponto do corpo. Abracei o infinito e fechei os olhos, em alguns instantes a pele quente fazia esquecer qualquer tremor de quando não estava submersa. Ainda que entre nuvens escuras e o vento que insistia em voltar, não era possível sentir medo. Olhos pequeninos e um instante, antes perdido no tempo, que fazia possível nunca mais querer deixar-se sem amar. Riso solto, braços firmes e pés cuidadosos com a intenção de caminhar sem receio de pisar em terreno desconhecido. Entre águas movimentadas a única certeza é a eterna possibilidade de movimento. Todo abraço é carregado de coragem.
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