top of page
Foto do escritorIsabella de Andrade

Pelos olhos de ver o mar

Havia o tempo da descoberta, da reinvenção, do riso e de outro despertar. A gente tenta fugir do tempo, impassível, constante, fiel, e por fim, cedemos. Guardamos novamente no baú de velhas ideias a percepção exagerada, quase ingênua, de que seríamos eternos aos olhos do outro. Passamos. Passaríamos sempre. A tentativa desesperada de mais alguns minutos, uma lembrança, um instante qualquer, um reviver de velhas fotografias. Passaríamos sempre. Nos olhos dos outros seria – eu? – o reflexo de tudo aquilo que sonhava ser eterno. E não é eterno o sonho de hoje? Recolheríamos as certezas de antes, há que se mudar de laços, risos e embaraços outra vez. Dizem que logo mais na frente construíram uma nova calçada, ela passa tranquila pelo espaço de ontem e faz uma curva por perto das ondas. Calcei meus novos sapatos, fiz outra vez a mochila, passaríamos sempre e claro, perderíamos alegremente os olhos pelo mar.

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Tão bom

Era só mais um tantinho de nada, pensativo e perdido em um instante qualquer. É isso o pensamento sem crença, sem sonho, um tantinho de...

Há ainda

Existências sentadas, quase conformadas. Haveria de ser a mesmice a eterna solução? Não. Há ainda os olhos que se encontram e a vontade...

Sim

Não. Não haveria de ser aquele pôr do sol cuidadosamente encontrado ao redor do concreto. Não haveria de ser o esconderijo, o riso solto,...

Comments


bottom of page