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Foto do escritorIsabella de Andrade

Palco Aberto Itinerante inicia ocupação circense no Distrito Federal

Nesse fim de semana Taguatinga recebeu a primeira etapa do projeto Palco Aberto Itinerante, no Espaço Cultural Mercado Sul. O evento gratuito reúne diferentes atrações circenses desde 2012 na Torre de TV e vai circular por Brasília com artistas de circo, teatro, música e poesia. Todas as edições dessa turnê vão contar com uma atração musical. Logo depois, no mês de outubro estará no Guará, novembro em Águas Claras e dezembro em Vicente Pires. Por fim, o projeto funciona ainda como uma importante incubadora de novos projetos, onde o artista pode testar sua apresentação na presença do público.

Para Leandro LTM, um dos organizadores do evento, o objetivo do Palco Aberto é transformar os espaços públicos visitados em um picadeiro para Arte Circense. A ideia é criar, enfim, um espaço gratuito e democrático, transformando a rua em uma ocupação artística temporária. A iniciativa é do Coletivo Ambidestro que conta com 17 artistas circenses e produtores culturais que trabalham há mais de 10 anos com o objetivo de difundir e valorizar a arte circense, perpetuando a cultura popular.


Foto: Coletivo Ambidestro

“Outro objetivo também é construir um local de experimentações para números artísticos de artistas consolidados e iniciantes. O Palco é uma incubadora de novos números, uma oportunidade de diálogo entre a cidade, o artista e o público. Por fim, o evento tem como meta consolidar, difundir e valorizar as produções dos artistas circenses independentes concebidas no DF, bem como incentivar um público diversificado para a apreciação do Circo”, afirma o produtor.

A circulação de talentos no Palco Aberto

Nesses seis anos o projeto já serviu de palco para centenas de novos artistas e, simultaneamente, para nomes consagrados da palhaçaria e arte circense de Brasília como: Circo Teatro Udi Grudi, Trupe de Argonautas, Instrumento de Ver, Circênicos, Palhaço Mandioca Frita e família, Circo Rebote, Circa Brasilina, entre outros.

Atualmente o Distrito Federal conta, por fim, com poucos espaços exclusivos à Arte Circense. A demanda é grande e o produtor do Palco Aberto conta que é constantemente abordado para indicar espaços de treino e aprendizado. “Além de mais centros de formação em Circo, precisamos que mais escolas, hospitais e outras instituições, abram suas portas para a atuação de um profissional circense capacitado”, destaca Leandro. Logo depois, para ele, o circo pode trazer muitos benefícios à saúde física e mental da sociedade também fora do picadeiro.

Foto: Coletivo Ambidestro


 

Duas perguntas para Leandro LTM, um dos organizadores do Palco Aberto Itinerante

Qual a importância do circo e que diálogos ele pode criar com a comunidade?

A maior importância do Circo é lembrar que podemos sonhar e nos reinventar diariamente. A Arte tem como sua função primordial sensibilizar. Um bom número de Circo é aquele que justamente busca compartilhar e dialogar uma verdade com o seu público. O espectador precisa se identificar com o que está sendo falado no picadeiro. No Circo, muitas vezes, o público é “literalmente” inserido nas obras, participando ativamente das apresentações. Quando o espectador percebe que é parte fundamental do jogo, ele entende o seu poder transformador da cena. E por que não dizer também o seu papel dentro da sociedade.

Como é a relação entre o circo e a cidade?

Para uma apresentação de circo acontecer apenas duas coisas são necessárias: o artista e o público. É a partir do encontro, da troca entre esses dois que a arte acontece.  Acreditamos que a cidade é o lugar ideal para realizar esse diálogo. É na rua que tudo acontece, que as pessoas se misturam. Quando se tem arte na rua, estamos criando oportunidades de surpresa e sensibilidade para os habitantes. Agora não é apenas a publicidade que está chamando a atenção do passante, mas também o espaço lúdico, inventado, sutil. Essa é uma atitude política acima de tudo. Quando ocupamos a rua reivindicamos também o nosso direito de pertencer a cidade. De ressignificar lugares que eram apenas transitórios em espaços de pertencentes.

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