O livro amarelo do terminal
Vim passar uns dias na casa da minha mãe e encontrei O livro amarelo do Terminal nas estantes. Fui transportada para a época em que li a Vanessa Bárbara @vmbarbara pela primeira vez, coisa que os livros sabem fazer muito bem, aliás, viagens no tempo. Eu era estudante de jornalismo na UnB e tinha escolhido o curso (como muita gente) porque amava escrever e queria trabalhar com isso de alguma forma. Queria que a escrita fosse parte ativa da minha vida.
Em pouco tempo percebi que ser jornalista envolvia muito mais do que escrever. Mas fui feliz, ainda que faltasse algo, um ponto de equilíbrio ideal onde o tal jornalismo tivesse um encaixe mais perfeito com as possibilidades de escrita que eu buscava na universidade.
Ainda nos primeiros semestres algum professor indicou esse livro na biografia. Um livro reportagem. Foi o primeiro que li desse tipo e acompanhei bem maravilhada o cotidiano da Vanessa em horas a fio de pesquisa, observação, entrevistas e ouvidos atentos no Terminal Rodoviário Tietê, que na época era totalmente estranho pra mim.
As páginas amarelas se desenrolavam entre personagens diversos, idas e vindas, causos e a instabilidade rica em narrativa e movimento desses lugares passageiros.
Então era isso! Era realmente possível ser uma jornalista que vivia de buscar e contar histórias, era possível escrever de um jeito envolvente, fantástico e até humorado através da observação da realidade.
No livro amarelo entendi que as histórias estão postas, basta saber capturar.
Comments