Não há tempo
Não há algo novo a dizer, não se engane, falamos do que já foi dito. Remodelamos, revivemos, reinventamos, mas dizemos outra vez. Direi o que já me disse, o que já vi, o que senti, o que me disseram. E por que motivo insistimos tanto em falar de amor? O visceral, o que aperta, o que sacode a cabeça, revira as entranhas, o que dá nos nervos de tanto suspiro na pele. Não encontrei ainda algo mais reconfortante que o silêncio tranquilizante da própria solidão, mas não senti coisa mais bonita que a vontade de compartilhar o tal silêncio próprio. Tempos atrás escutei a música mais bonita que já me soprou por dentro, tinha a letra tão intensa quanto a hipnose que bate quando perdemos os olhos ao mar, ao redor, quem havia? Ninguém para mostrar. Outro dia parei os pés para descansar na beira lago, 5 cores no imenso céu seco da cidade, queria dividir, mostrar, queria mais alguns tantos pares de olhos para contemplar. Ri sozinha do próprio estranhamento, ali o céu tão imenso, e eu tola, menina, mente apressada, num desassossego de pensamentos a rodar. Fechei os olhos, tolo é falar de amor aos excessos, se quando ama, não há tempo perdido a falar.
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