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Foto do escritorIsabella de Andrade

Leia Mulheres Brasília completa três anos de muita literatura e debates na capital

O Leia Mulheres Brasília faz três anos nessa semana! O projeto literário que se espalha pelo país em busca de incentivar a população a ler mais escritoras chegou à capital no dia 17 de setembro 2015. O clube surgiu pela primeira vez em março de 2015, em São Paulo, criado por Juliana Gomes (consultora de marketing), Juliana Leuenroth (jornalista) e Michelle Henriques (transcritora). As paulistas foram inspiradas, enfim, pela escritora britânica Joanna Walsh. Em 2014, a inglesa criou no Twitter a hashtag #readwomen como forma de trazer à tona a desigualdade de gênero na literatura.

Quem trouxe o Leia Mulheres para Brasília foram as jornalistas Patrícia Rodrigues e Mariana Ávila. No início, o medo de ninguém aparecer nos encontros era grande. Mas, enfim, desde o início os leitores começaram a surgir e permaneceram fiéis em todos os encontros.

Ao longo dos últimos três anos, o clube de leitura expandiu ideias e diálogos, além de trazer à tona autoras de diferentes países. Por fim, a variedade amplia a visão de mundo e conhecimento dos participantes. Atualmente, quem faz a moderação das reuniões é Patrícia e, simultaneamente, a jornalista Maria Clara Oliveira.

“Eu, particularmente, considero o Leia Mulheres um projeto inspirador. Enfim, sempre quis participar de clubes de leitura e, por ignorância, não tinha conhecimento de outros clubes por aqui. Então, trazer o Leia, que além de um clube de leitura é um clube que lê mulheres, é extremamente gratificante para mim”, afirma Patrícia Rodrigues.

Expansão literária e o Leia Mulheres

A decisão de variar entre diferentes países veio após um ano de funcionamento do clube em Brasília. Por fim, a ideia é buscar escritoras de regiões diferentes a cada mês. Patrícia conta que essa diversidade permite que as participantes possam refletir sobre culturas diferentes e aprender um pouco de cada cantão do mundo. “A graça do Leia Mulheres é que nem todo mundo pensa igual, mas todos respeitam a opinião alheia e, assim, crescemos, simultaneamente, como seres humanos”, destaca a organizadora.

Antigamente, a estante de Patrícia era ocupada, em grande parte, por autores homens. A falta de uma circulação mais eficiente da produção literária feita por mulheres fez com que elas representassem apenas 5% dos volumes em sua prateleira. Atualmente, enfim, com o incentivo do projeto, os livros escritor por mulheres representam cerca de 90% de suas leituras.

 

Duas perguntas para Patrícia Rodrigues, moderadora do Leia Mulheres

Acha que o projeto tem cumprido seu propósito de expandir a produção literária feita por mulheres?

Como sociedade, ainda precisamos percorrer um longo caminho para darmos vozes às mulheres. Como clube, acredito que temos cumprido sim o nosso objetivo. Em três anos, já lemos autoras de todos os continentes. As pessoas ainda são preconceituosas e se limitam ao eixo EUA – Inglaterra. Quando uma autora de Gana seria lida e debatida aqui se não fosse por um clube de leitura? Nós lemos. Isso é fantástico!

Os encontros te proporcionaram alguma nova descoberta, novas ideias?

Conheci autoras que eu não sabia que existiam, me aprofundei em temas que não são aprofundados na escola e, graças ao clube, mudei a minha percepção sobre muitas coisas. Sem falar nas amizades. O Leia é muito diversificado. Há pessoas de várias formas e jeitos. A gente aprende bastante com os encontros.

 

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