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Foto do escritorIsabella de Andrade

Iemanjá

É certo que amar veio mesmo das águas.

Se há mar,

Há infinito, força, receio, mergulho,

Vontade.

Sal, gosto, cheiro, barulho,

Verdade.

Em mar e amor e amar,

A mesma falta de razão,

o mesmo sal que gruda na pele,

A mesma dificuldade em se crer nas tais criaturas,

O mesmo medo do mergulho em vão.

Leve-me de uma vez o amor

Mas não me tire o infinito das águas,

Nem o vazio da sua própria imensidão.

Deixe-me ao mar, para navegar sem porto

Sem rumo, sem gente, sem vela

Só mar.

Há mar,

Sem medo de solidão.

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