Um museu de grandes curiosidaddes
Atualizado: 5 de fev. de 2021
Trabalhar em um Centro Cultural com grande espaço para galerias e exposições tem mudado e enriquecido minha visão de arte e mundo. Apaixonada desde cedo pelo teatro e pela dança, virei frequentadora encantada de peças e espetáculos, curiosa de performances, plateia entusiasmada pela troca proporcionada pelos olhos atentos às histórias contadas naquele exato momento.
Li recentemente um texto do escritor e pesquisador Jorge Wagensberg, que me fez relembrar experiências incríveis que pude ter ao conversar e trocar vivências com crianças, adolescentes e adultos em galerias e grandes exposições.
experiência, o momento e a troca são únicos a cada conversa, assim como acontece no teatro, que tanto me encantou. O que proporciona essa experimentação exclusiva a cada dia e a cada momento é justamente a troca de perguntas, que estimula o interesse e o aprendizado. “Em um bom museu ou uma boa exposição, você acaba saindo com mais perguntas do que quando entrou. O museu é insubstituível no estágio mais importante do processo cognitivo: o início. Saindo da indiferença para a vontade de aprender”, Wagensberg.
A modificação interna que mais me marca em relação ao aprendizado artístico é justamente a vontade de perguntar mais, de criar cada vez mais questionamentos, até que meu próprio pensamento a respeito de determinado assunto, possa ser formado. Conseguir estimular esse tipo de busca e vontade de aprender em outro indivíduo é uma das sensações mais incríveis de que tenho podido experimentar.
É preciso que todos se sintam capazes de entender, pensar, debater e compartilhar a arte. Somente assim vejo algum sentido no processo de criação. A arte que reduz, seleciona, diminui ou cria qualquer tipo de barreira, deixa de criar e ter vida, tornando-se apenas objeto de ornamentação estático. O pensamento criativo pode, e deve, ser experimentado e compartilhado por todos.
コメント