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Foto do escritorIsabella de Andrade

Elas marchavam sob o sol, Cris Judar

O espaço de reinvenção e criação de linguagem é um dos motivos que mais me apaixonam na literatura contemporânea. E assim tem sido com a escrita de Cristina Judar. Em “Elas marchavam sob o Sol” me apaixonei pelo ritmo, pela música do texto e pelo ímpeto das personagens, assim como aconteceu em seu livro anterior, Oito do Sete. ⠀

O atual transita pelo tempo como numa atmosfera interligada e sou atravessada pelas personagens numa espécie de descoberta, não numa leitura pragmática.⠀

Cristina Judar dança com a narrativa e me convida a dançar também, com uma narrativa fluida e revolucionária. Nela, a autora fala de crenças, ideologias, ritos de passagens. ⠀

Os corpos de suas personagens me lembram um tanto de sonho e ritual, enquanto atravesso a leitura mais no embalo imersivo das canções e menos no significante das palavras. Tenho adorado ler livros assim, que me provocam a outras experiências e me expandem os sentidos para além do olhar.⠀

Gosto de acompanhar suas personagens perto dos 18 anos, naquele tempo em que a experiência sensorial se expande e buscamos no mundo outros significados. A narrativa vai se apresentando por meio de fragmentos de Ana e Joan, mês a mês, até a data de seus aniversários. ⠀

Papeis sociais, experiências impostas e transformações aparecem nas palavras rápidas de Cris, que sabe transportar o leitor para um intenso fluxo de consciência.⠀

Sei que, naquelas páginas, uma porção de interpretações possíveis são impressas e descubro um pouco daquilo que me incomoda e me move ao acompanhar as metáforas e ritmos criados pela autora.⠀

Gosto especialmente de como a escrita da Cris me faz sentir, acelerando o pulso e expandindo a vontade de me manter em movimento. Vale lembrar que a vontade de começar a escrever num fluxo sem freio nos caderninhos também aumenta bastante.⠀

Em suas páginas a autora questiona: como devem ser as pessoas? Quais são os papeis? Que papeis são esses? Cristina desconstrói os enredos e linearidades mais comuns. ⠀

A capa é outro ponto que merece destaque, com uma edição bonita, original e vibrante criada pela Dublinense.⠀

Leiam Cristina Judar, é uma experiência e tanto!⠀

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