top of page
Foto do escritorIsabella de Andrade

Desnoreteado

Eu olhava com cuidado, meu bem. Assim com olhos de soslaio e olhares desconfiados. Mas tu não te deixavas sumir.O amor é um susto imediato, gelei minha pele por dentro, engoli a seco, mas não te espantes, são de desejo esses olhos arregalados. O sabor do não saber consumiu outra vez todos os planos. Não te penses esperado, era nada mais que um forte tropeção. Antecipei-me no tempo do sim, acertei na certeza de esquecer como dizer o não. O silêncio era a verdade intacta, pronta, palpável. Não te percas em tantas palavras, a quietude dos primeiros passos era incontestável. Coloquei a mochila nas costas e retornei, não me era mais possível seguir sem retornar. Tu te sentavas toda vez a ler o mesmo pedaço daquele não romance. O amor é a eterna possibilidade intacta. Improvável, contestável, desnorteado, quase assustador e ainda assim, possível.

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Tão bom

Era só mais um tantinho de nada, pensativo e perdido em um instante qualquer. É isso o pensamento sem crença, sem sonho, um tantinho de...

Há ainda

Existências sentadas, quase conformadas. Haveria de ser a mesmice a eterna solução? Não. Há ainda os olhos que se encontram e a vontade...

Pelos olhos de ver o mar

Havia o tempo da descoberta, da reinvenção, do riso e de outro despertar. A gente tenta fugir do tempo, impassível, constante, fiel, e...

Comentarios


bottom of page