Deixe
De que valem todas as coisas se mesmo com todas elas, Apenas coisas, Não pudermos nos transbordar em algum lampejo inesgotável de sensação. Algo morreu em mim depois do amor, assim como algo me morreu depois do desamor E assim como algo me morre a cada vez Que me abandono E outro algo me morre a cada vez que me reconheço por completo. Algo me morre pela facílima ideia de que é preciso deixar morrer Cada pedaço que já não nos componha. Se não os deixamos, tornamo-nos arrastados, duros, defasados, Pés esgotados de carregar o peso de toda antiga E morta sensação. Deixe que vão. Deixe que lhe tomem as certezas, todas, novas e antigas. Deixe que lhe assustem novamente os olhos. Deixe que te façam transbordar outra vez, e então Transborde-se novamente. E deixe-se vazio, deixe-se seco e enfim, Novamente louco, novamente são. A única certeza válida é a de que não te valem todas as coisas Se mesmo com elas todas, coisas apenas, Não puder se encher de algum lampejo de nova sensação.
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