Correu, o tempo
A gente percebe que o tempo correu quando olha para o mesmo lugar de antes e não reconhece o que enxergam os olhos. O dia passa mais depressa mas ganhamos, sobretudo, calma. Subvertermos a passagem do tempo ao entender a verdade das próprias sensações. Respiramos mais devagar, caminhamos mais devagar, sorrimos mais lentamente, ao aceitar que transitamos em nós enquanto nos encontramos em algo com aquilo que se transita no outro. Chegar aos 20, 30, 40… Chegar mais a frente do que se for e de quando for. Perderemos em algo a inocência que suspirava no tempo de antes. No entanto, ganharemos a tranquilidade e a confiança daquele que já se reconhece no que é. Fluiremos entre os dias, enquanto tudo se modifica ao redor. Redescobrir-se é nosso maior privilégio. A inocência é uma menina, a inconstância é uma moça e a liberdade é uma mulher.
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