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Foto do escritorIsabella de Andrade

Como a autonomia literária fortaleceu a minha autoestima enquanto mulher?

Atualizado: 5 de fev. de 2021




Vi a Aimee, escritora que conheci na Flip, divulgar a tag #meuprimeirolançamento. Bateu uma nostalgia boa de lembrar o quanto esse dia, esse dia exato do primeiro livro lançado, esse ponto de pequena explosão, contribuiu para mudar a minha vida e fortaleceu a minha autonomia e autoestima enquanto mulher. Por muito tempo tentaram me fazer acreditar que eu não era boa o suficiente em qualquer coisa. Apesar de subir em tanto palco de teatro por aí, enfim, me fiz tímida, acreditei.


Depois do livro não. O livro era outra história. Era, enfim, uma certeza de quem se é estampada na cara, na capa, na página. Bendito dia em que soube que iria publicar. Meu peito inflou, meu rosto abriu, olhei bem pra frente, enxerguei bem bastante de mim e disse quase alto: sou escritora. A escrita já fazia parte da minha vida de maneira intensa. Até ali, sempre às escondidas, cheia de vergonha. Desde então, me esparramei.


Autoestima literária


E desde aquele dia, aquele sábado ou domingo de sol em agosto de 2015, nunca mais eu deixei de ser minha. A escrita é um espaço tão forte, potente e ainda suave, maleável. Gosto de submergir sem medo. Desde aquele dia, respirei mais fundo, perdi o medo de dizer quem eu era. Escrever um livro desperta tanta coragem. Dali pra frente, um pulo para dialogar sem medo. Tantas portas bonitas se abriram. Enfim, conheci gente incrível, inteligente, receptiva e talentosa.


Aquele primeiro lançamento foi um tanto rodeado pela inexperiência gostosa que nos faz tropeçar ao longo da calçada. Não soube nem ao menos divulgar. Embora eu já começasse, naquele ano, a trabalhar em um jornal, a coragem ainda vinha em pequenos pedaços. Escolhi um lugar distante e (soube depois) de difícil acesso, impulsionada pela vontade de lançar em um lugar cheio de árvores, no meio do jardim, com muito sol. Por fim, todo mundo de importante foi.


Em 2015 eu ainda queria ter uma banda. Por fim, escrevi uma porção de música e me juntei com duas amigas cantoras e três amigos musicistas. Antes do lançamento, por uns dois meses, nos encontramos semanalmente para criar composições e ensaiar. Logo, nós nos apresentamos enquanto eu lançava o Veracidade.


Arrumamos microfone, instrumentos, caixa de som. Enfim, cantamos para os melhores amigos da época e o dia foi lindo. Teve varal de poesia, sol passando pela copa das árvores, gente fazendo pique-nique ao redor. Por fim, foi como deveria ser. E, sem receios, continuo escrevendo.


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