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Foto do escritorIsabella de Andrade

Cena Contemporânea 2018 começa em 21 de agosto: Conheça melhor os espetáculos locais

O Cena Contemporânea 2018 se aproxima e, enquanto isso, um dos festivais internacionais de dança e teatro mais aguardados do país, mostra os selecionados para representar as Artes Cênicas do Distrito Federal. Em sua 19ª edição. O festival é, enfim, um dos cinco maiores do país e acontece de 21 de agosto a 02 de setembro. A ideia é mostrar a diversidade de gêneros, estilos e trajetórias das produções de Brasília e contemplar um público amplo e diverso.

A comissão julgador deste ano foi formada por Diego Ponce de Leon (crítico de teatro, professor, pesquisador da UnB e jornalista cultural), Leonardo Villas Braga (técnico de cultura do SESC Gama), Sérgio Sartório (ator e diretor) e Simone Reis (professora da UnB, atriz e diretora). Por fim, a professora lembra que tópicos como qualidade, inovação e reflexões sobre qual seria o perfil do Cena Contemporânea 2018 geraram inúmeros questionamentos entre os curadores.


“Os Beatniks em Psicose” – Grupo Novos Candangos – Direção: Diego de Leon

“Os selecionados, uma fascinante minoria de artistas de Brasília e Ras, ocuparão os palcos e as ruas da cidade com seus potentes teatros. Isso é lindo. Curadoria é uma arte controversa. É, simultaneamente, também exercício de perversidade. Nem todos podem ganhar o concurso de fantasias da colônia de férias”, destaca a atriz e diretora.

Diferentes trajetórias

Por fim, entre os escolhidos para o Cena Contemporânea 2018, grupos jovens e companhias com trajetórias históricas na cidade. Foram mais de 60 inscrições e um pequeno grupo de selecionados se une a artistas de outras regiões e diferentes países para movimentar a cena cultural. Simone Reis afirma que o Cena Contemporânea é uma maravilhosa possibilidade de estar em cena com uma ótima estrutura. No palco e ainda mais nas coxias, cada grupo encontra uma ampla rede de diálogos.

“Os escolhidos serão, enfim, aplaudidos e ou vaiados pelo público e pelos críticos. Os critérios são sempre reinventados e bastante subjetivos quando o tema é arte, para quem faz, para quem vê e principalmente para quem julga. Eu gosto de acreditar que a democracia é linda, um combate amoroso vindo do encontro e desencontro de diversos olhares, ruídos e suspiros. Curadoria envolve, enfim, concessões, escolhas árduas, transformações e perturbações”, lembra a professora.

“Autópsia III e IV” – Grupo Sutil Ato – Direção: Jonathan Andrade (foto: Diego Bresani)


Enquanto isso, o diretor Gustavo Gris participa pela primeira vez do festival no Cena Contemporânea 2018. Ele chega com o espetáculo Copo de leite, da cia. (Ex) Ordinária de Teatro. Para ele, entre as forças do festival, está a possibilidade de mostrar os trabalhos criados para um grupo grande de pessoas de diferentes regiões.  Multiplicando, simultaneamente, as produções para além dos territórios da cidade. A peça atravessa alguns dos territórios experimentados pelas mulheres e fala de seus signos, discursos e simbologias.

Processos e caminhos criativos

O espetáculo selecionado foi criado em processo colaborativo, com textos do grupo e grande colaboração das próprias atrizes que entram em cena.. Na peça, vida real e ficção se misturam. Por fim, com depoimentos e histórias das intérpretes, a narrativa faz um passeio pelos arquétipos do universo feminino entre as experiências da mulher de antes e de hoje.


“Copo de Leite” – Cia. (Ex) Ordinária de Teatro – Direção: Gustavo Gris

“Em nome de todos os artistas que se inscreveram eu me sinto agraciado e feliz pela escolha, isso significa que a gente tem conseguido fazer um trabalho que reverbera, bem como, alcança o público. Acho que isso é, enfim, o mais importante da experiência teatral, quando a obra consegue atravessar o conceito e acessar o público. É uma oportunidade muito especial continuar com esse trabalho”, destaca o diretor.

 

Espetáculo: Encerramento de Amor

O Encerramento do amor é de um dramaturgo contemporâneo. A peça é divida em dois atos, e fala sobre a palavra, sobre o som. A primeira parte mostra uma pessoa em cena, falando sobre 40 minutos sem parar enquanto outra pessoa escuta. Logo depois, na outra parte da peça são 40 minutos enquanto o outro escuta.

“É uma relação entre casal, uma relação muito longa, são dois atores discutindo, envolve também sobre trabalhar juntos na sala de ensaio”, destaca Diego Bresani, diretor do espetáculo.

O casal está terminando um relacionamento e o espetáculo aborda diferentes questões sobre esse instante. Entre elas, atitudes machistas que o homem tem sobre o corpo da mulher, a percepção de decidir algo sobre a mulher.

“A peça fala também dessa reação machista que temos muitas vezes sem mesmo pensar. É quase uma performance se pensarmos no sentido de que é uma pessoa falando por 40 minutos e depois a outra. Mas é uma homenagem à palavra”, afirma o diretor.

Diego Bresani lembra que, por outro lado, o espetáculo pede mais atenção do espectador. Para ele, como diretor, o espetáculo fala da palavra bem dita, do português, do som.

 

Simone Reis, curadora, professora e artista, sobre o Cena Contemporânea 2018:

“Sonho de Uma Noite de Verão” – Grupo Celeiro das Antas – Direção: José Regino


Qual a importância do festival para o teatro e a produção cultural de Brasília?

“O Cena Contemporânea 2018 é uma alegria, a maior festa dionisíaca da cidade e dos artistas. Também causa fúria e tristeza nos que não ganharam o concurso de melhor fantasia da colônia de férias da escola. Acho importante não levar muito a sério nenhuma seleção em arte.

Vamos rir disso e vamos celebrar nossos belos fracassos. O Cena tem uma história de luta, dedicação, paixão, fôlego, de um rumo e sobrevivência das Artes Cênicas no Planalto Central do Brasil. É uma oportunidade de iniciação aos muitos mundos e Teatros, às oficinas formativas, aos debates. Uma chance única para muitos, principalmente os jovens.”

Inúmeras possibilidades

“Espero que possa ampliar e variar o número de escolhidos e diversificar as estéticas e curadorias a cada ano. Quanto mais confusão, multiplicidade e porosidade melhor. Afinal o que é o Teatro bom? Brasília tem uma potência e uma vocação para a liberdade cênica, uma utopia de produção de arte singular, aponta para o campo movediço das dúvidas e para uma variedade inacreditável de estéticas.

O Cena Contemporânea tem o poder de mostrar isso para a cidade. É fascinante e terrível também poder ver tantos grupos desejosos de palco e ter que chegar a um doce e glorioso consenso. Vida longa ao Cena, às outras mil cenas fora do Cena e aos artistas da cidade cenário. Nós sobreviveremos sobrecrentes, em ataques de vida válida, como diria Guimarães Rosa.”

Confira a programação completa do Cena Contemporânea 2018 aqui no site.


 

Assim, confira os espetáculos locais do Cena Contemporânea 2018

“Autópsia III e IV” – Grupo Sutil Ato – Direção: Jonathan Andrade

“Copo de Leite” – Cia. (Ex) Ordinária de Teatro – Direção: Gustavo Gris

“Cria” – Direção: Ana Flávia Garcia

“Os Beatniks em Psicose” – Grupo Novos Candangos – Direção: Diego de Leon

“Sonho de Uma Noite de Verão” – Grupo Celeiro das Antas – Direção: José Regino

“Encerramento do Amor” – Direção: Diego Bresani

Suplentes:

“Caipora quer dormir” – Direção: Jonathan Andrade

“Dois ou três dedos” – Andaime Cia. de Teatro – Direção Kênya Dias


 

ESPETÁCULOS DE RUA

“Inka Clow Show” – Cia. Circo Rebote – Direção: Atawalpa Coello

“Édipo Rei_O Rei dos Bobos” – Direção: Denis Camargo

“Mateus da Lelé Bicuda” – Mamulengo Presepada – Direção: Chico Simões

Suplente Teatro de Rua:

“Lampião no Céu” – Cia. Os Buriti – Direção: Luiz André Cherubini (sugestão da Comissão de Curadoria para uma versão em teatro de rua)

 

ESPETÁCULO CONVIDADO

“Atra Bilis” – Grupo Cena – Direção: Hugo Rodas

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