A transição ao desamor é uma espécie de não cor aos olhos
Seremos ainda, poetas de olhos preenchidos pela intensidade das paixões que ainda nos remetem à poesia. Seremos quem não foge. Com os pés enterrados na areia e um corpo que se derrama em suor e vontade de se jogar ao mar quando houver a mais remota possibilidade. Seremos duros com o amor. Desacreditando-o enquanto ainda nos for possível esperar algo que nos envolva novamente em crença e verdade. Seremos tolos a escrever cartas, bilhetes, contos e ainda mais, seremos a possibilidade intacta de criar-se em uma nova história. Ainda existe essa possibilidade? Ser? Ser com o outro? Ser só? Abriremos os braços de olhos fechados, respirando o mais profundamente possível enquanto nos pulsa ainda alguma vontade de rasgar-se todo outra vez mais. Enfim, ainda que pareça patético, seremos.
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